Dos aproximadamente 1,7 milhões km de estradas que cruzam o Brasil, apenas 173 mil são pavimentadas. Rodovias, estradas, pontes e túneis que conectam o país compreendem, quase em sua maioria, o maior projeto de infraestrutura do Brasil. Essa maravilha da engenharia civil é uma proeza que assentou a fundação do crescimento econômico e prosperidade. Infraestrutura, em sua essência, é permitir e dar suporte aos desejos e aspirações dos cidadãos.
Nessa fase, se tonou cliché apontar que ela está se desmantelando. Os projetistas de infraestrutura têm que pensar em novas formas de movimentar mercadorias pelo país.
Por quê? O rápido crescimento da economia e-commerce e a promessa de tecnologia que isso inclui, entre outras coisas, caminhões – significa que cargas podem em breve competir por uma maior porção das rodovias. E muitas dessas cargas estão afuniladas em rodovias que não foram projetadas com caminhões em mente e com engarrafamentos similares aos que encontramos nas principais vias do Brasil – esse tráfego será encaminhado ou forçado por reação dos motoristas para estradas locais – novamente onde elas não foram projetadas para a quantidade de tráfego ou o tamanho/peso desses veículos. O resultado final é a rápida e generalizada degradação do maior sistema de infraestrutura do mundo.
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Seja a redução em número de motoristas, como a geração Millennials, que hoje se mudam para ambientes mais urbanos [alguns dizem uma redução de até 50% do número de motoristas nesta nova geração] ou a mudança para carros com base elétrica, a captação de recurso financeiro baseado na taxa do combustível é claramente uma abordagem ultrapassada. É claro que construindo mais rodovias como nós fizemos no passado, mesmo com os recursos necessários, não é a resposta. Um pensamento novo, uma abordagem mais global e um planejamento/visão de uma infraestrutura verdadeira, é. Primeiro, para subsidiar o nosso gap incrível de rodovias não pavimentas, e segundo, dar uma resposta a esta geração com melhorias em outros modelos de transporte.
Mas como conseguimos melhorar isso? A resposta está em uma nova abordagem de estudos da nossa infraestrutura, e principalmente baseando em dados mais atualizados que os que temos hoje. Por exemplo, para se fazer um estudo de origem destino, temos usados dados antigos, e em muitas vezes sem ter um nível de amostragem razoável, resultando assim em um projeto que não corresponde com a realidade, pois não conseguimos levantar esta realidade. Isso está mudando, com uma conexão entre equipamentos e entre pessoas cada vez maior, podemos usar estas informações para subsidiar nossos projetos.
De que maneira? Imagine todo dia você liga seu celular em um aplicativo que irá te guiar para o seu local de trabalho, esta informação foi armazenada, isto é, o aplicativo sabe a sua origem e destino. Agora imagine usar essa informação de toda uma cidade? Conseguir imputar estes dados em um modelo virtual da sua cidade e assim criar alternativas para aquela em um determinado projeto? Isto é possível, hoje temos a tecnologia que possibilita o uso dessas informações em um ambiente virtual, onde os dados podem ser usados como referência e assim dar liberdade para o projetista escolher a melhor opção, dentro das múltiplas opções. A metodologia BIM e o software InfraWorks 360 são a reposta para esse novo mundo.